Jornal
Corpo pesado, respiração ofegante
Levanto-me cansado, mais um dia
O que me conforta não está distante
Fica ali, dobrando a esquina onde fica a padaria
Lavo meu rosto à contragosto
Não queria levantar e ter que andar
Então escovo, raspo e desço
Vejo o porteiro “Opa”, diz
“Acho que vai chover”
Riscos à correr, meu caro
Sempre assim, sem pressa assim
Sol rachando a cabeça
Quente que amolece os miolos
Não sei se faz bem ou mal
Preciso comprar meu jornal
Mas e a chuva? Mentira
Porteiro que não lê jornal
Põe-se qualquer coisa a falar
Coitado do rapaz
Ignorância capaz de matar.
(LP)
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